23 maio 2006

Texto para Refletir


Há algum tempo recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota zero. O aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não ser que houvesse uma "conspiração do sistema" contra ele. Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial, e eu fui o escolhido.

Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: "Mostre como pode-se determinar a altura de um edifício bem alto com o auxilio de um barômetro." A resposta do estudante foi a seguinte: "Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele; baixe o barômetro até a calçada e em seguida levante, medindo o comprimento da corda; este comprimento será igual à altura do edifício." Sem dúvida era uma resposta interessante, e de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredicto.

Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de física, mas a resposta não confirmava isso. Sugeri então que fizesse uma outra tentativa para responder a questão. Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei lhe seria um bom desafio.

Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder à questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente, algum conhecimento de física. Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida, e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse.

No momento seguinte ele escreveu esta resposta: "Vá ao alto do edifico, incline-se numa ponta do telhado e solte o barômetro, medindo o tempo t de queda desde a largada até o toque com o solo. Depois, empregando a fórmula h = (1/2)gt^2 , calcule a altura do edifício." Perguntei então ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e se concordava com a minha disposição em conferir praticamente a nota máxima à prova. Concordou, embora sentisse nele uma expressão de descontentamento, talvez inconformismo.

Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o problema. Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais eram essas respostas. "Ah!, sim," -disse ele - "há muitas maneiras de se achar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro." Perante a minha curiosidade e a já perplexidade de meu colega, o estudante desfilou as seguintes explicações. "Por exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barômetro e o comprimento de sua sombra projetada no solo, bem como a do edifício". Depois, usando-se uma simples regra de três, determina-se à altura do edifício. "Um outro método básico de medida, aliás bastante simples e direto, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barômetro. Contando o número de marcas ter-se a altura do edifício em unidades barométricas". Um método mais complexo seria amarrar o barômetro na ponta de uma corda e balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, tem-se dois g's, e a altura do edifício pode, a princípio, ser calculada com base nessa diferença. "Finalmente", - concluiu, - "se não for cobrada uma solução física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do síndico. Quando ele aparecer; diz-se: "Caro Sr. síndico, trago aqui um ótimo barômetro; se o Sr. me disser a altura deste edifício, eu lhe darei o barômetro de presente.".

A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a esposta 'esperada' para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas com base em informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar aquilo que considerava, principalmente, uma farsa.



Este texto circula há muito tempo por aí em e-mails, livros e sites, o estudante é Niels Bohr e o professor convidado é Rutherford. Apesar de antigo, o texto ainda levanta muitas questões sobre as formas de ensino atuais. Muitos dos educadores desejam que os alunos entreguem a resposta "esperada" em vez de exercitar a própria criatividade. Uma pena...


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17 maio 2006

Code Man

Existe uma certa preconcepção de uma pessoa que trabalha com programação. Como mostra a música de Jonathan Coulton (um ex-programador), Code Monkey. Pessoas anônimas, que vivem de escrever códigos, discutir decisões dos chefes... Que sentem que suas habilidades estão sendo sub-utilizadas


Bem, em geral, esses conceitos estão corretos. Mas mostram apenas o lado corporativo da informática. Existem várias outras atividades, que, infelizmente, não são reconhecidas, como a pesquisa, simples e pura. Por trás de toda tecnologia usada, sempre teve várias pesquisas envolvidas até que a tecnologia se tornasse o que é hoje.


Em homenagem a estes programadores, analistas e pesquisadores anônimos, estou colocando aqui uma pequena letra de música (retirada de http://www.inktank.com/):



Coder man, coder man
Gets his powers from a coffee can.
Surfs the web all the time
Catches bugs so the code is fine
Look out!
Here comes the coder man!
Is he wired? Listen bud
He´s got caffeine addicted blood
Can he ditch? Catch a flick?
He can always say he´s sick.
Hey there!
There goes the Coder man!





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11 maio 2006

Jogos Nacionais

O desenvolvimento de jogos eletrônicos é uma atividade que influencia a sociedade em muitas formas, especialmente nos tempos atuais. No Japão, por exemplo, filas enormes de pessoas de todas as idades se formam no lançamento de jogos como Zelda e Final Fantasy. Feiras de games como a E3 têm cobertura ampla internacionalmente.


Mas e no Brasil? O desenvolvimento de jogos nacionais é uma realidade que está em andamento. Existem muitos jogos bons desenvolvidos por empresas nacionais, inclusive com incentivo do ministério da cultura, que está realizando a segunda edição do concurso de jogos eletrônicos (jogosbr). Para os interesados em desenvolver jogos, estes concursos são uma boa oportunidade para iniciar. A Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) se propõe a fortalecer a indústria nacional de jogos, promovendo produtos, serviços e eventos sobre desenvolvimento de jogos.


Os sites jogosdaqui e made in Brasil Games apresentam informações sobre jogos nacionais, caso você queira divulgar seu jogo ou mesmo apenas conhecer os jogos feitos no Brasil, estes sites são os recomendados. Uma observação porém, não são aceitos jogos feitos com rpgmaker, mugen e flash.


Entre os jogos que fazem sucesso hoje em dia, uma linha vem se destacando, que é a de MMORPG (Massive Multiplayer Online Role-Playing Games), como ragnarok e world of warcraft. Existe um jogo neste estilo 100% nacional, que é o erinia, baseado em personagens do folclore nacional. No momento eles estão oferecendo um período de testes de 30 dias, caso queiram conhecer como ele é.


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